Política
Presidenciais 2026
"Sou da esquerda moderada e moderna". António José Seguro em entrevista na RTP Notícias
O candidato assumiu o posicionamento político e ideológico à esquerda numa entrevista em que a Saúde foi tema incontornável. Afirmou que, se estivesse neste momento em Belém, "já teria convocado os partidos" para promover pacto alargado. António José Seguro prometeu ainda ser um presidente "com menos intervenção política" do que Marcelo Rebelo de Sousa.
O candidato às eleições presidenciais defendeu, na Grande Entrevista da RTP, um pacto para a Saúde e diz mesmo que "já teria convocado os partidos" se fosse o atual chefe de Estado. Sobre o cargo de presidente, considera que a sua palavra deve ter "peso" e não pode ser "banalizada". Defendeu ainda que o eventual chumbo de um Orçamento do Estado não implica a dissolução da Assembleia da República. Sobre o apoio do PS à sua candidatura, Seguro disse sentir-se "honrado", mas sublinhou a necessidade de um Presidente "independente".
António José Seguro começou por se apresentar como um candidato de esquerda "moderada e moderna" e que traz "progresso social", considerando que o seu espaço ideológico é "claro".
Questionado acerca do seu posicionamento político e ideológico no arranque da entrevista, o candidato à Presidência da República vincou que os portugueses "conhecem" as suas "origens" e os "valores" pelos quais se bateu. Se em entrevistas recentes não indicou claramente que se posicionava à esquerda no espectro político, foi porque "nem sempre estamos nos nossos melhores momentos", reconheceu.
Questionado acerca do seu posicionamento político e ideológico no arranque da entrevista, o candidato à Presidência da República vincou que os portugueses "conhecem" as suas "origens" e os "valores" pelos quais se bateu. Se em entrevistas recentes não indicou claramente que se posicionava à esquerda no espectro político, foi porque "nem sempre estamos nos nossos melhores momentos", reconheceu.
"Pertenço àquela esquerda moderada, àquela esquerda moderna que se afirma com soluções concretas para os problemas das pessoas", esclareceu, assinalando que "não há só uma esquerda".
Em resposta às acusações sobre não ser suficientemente de esquerda, o antigo secretário-geral do PS diz ser "um homem livre e sem amarras", prometendo também ser um presidente independente. "Quem me tenta capturar não é bem sucedido", acrescentou ainda.
"Política com P grande"
Na apresentação da candidatura à Presidência da República, António José Seguro afirmou que não vinha da "política tradicional". Confrontado com o passado como deputado, eurodeputado e líder de um dos principais partidos do país, António José Seguro explicou esta quinta-feira que se referia à política "da intriga, do poder, dos jogos de bastidores".
Assim como assume a carreira política, António José Seguro assume também "os últimos dez anos", nomeadamente como docente universitário, vincando que não é necessário "estar em cargos políticos" para dar um contributo importante à sociedade.
Sobre o estatuto de outsider de Gouveia e Melo, Seguro reconhece que "para algumas pessoas a política está desvitalizada", precisamente devido aos "jogos de poder, intrigas, do poder pelo poder". Afirmou que defende a "política com P grande", em defesa do acesso à saúde ou à habitação.
Questionado sobre as hipóteses de chegar a uma segunda volta perante os recentes resultados de Luís Marques Mendes nas sondagens, António José Seguro respondeu: "Eu não sou comentador, estou aqui como candidato".
Prometeu ser "um presidente exigente", até porque "as ameaças à democracia vêm de muitos campos" mas também têm origem na incapacidade da política em "responder concretamente aos problemas das pessoas", alertou.
Pacto sobre saúde? "Já teria convocado os partidos"
Regressando ao tema da Saúde, lembrou como o Presidente da República pedia, ainda há uma semana, um "pacto para a saúde", mas que ainda "ninguém deu um passo em frente".
Seguro assume, neste ponto, várias críticas ao atual inquilino do Palácio de Belém. Para além da pressão que procuraria exercer nas reuniões com o primeiro-ministro, o candidato afirma que "já teria convocado os partidos" para promover a discussão desse tema.
Reconhecendo que o próprio acordo "não está nas mãos do presidente", o papel como chefe de Estado seria o de "congregar" os partidos e colocá-los "na rota" de um entendimento. Considerou que há, neste momento, falta de "prioridade" e de "coragem política".
Até porque, assinalou o candidato, "não há partidos contra o SNS" ou partidos que discordem da necessidade de atrair médicos para o SNS.
"Pode faltar dinheiro para muita coisa, mas não pode faltar para a saúde dos portugueses", reforçou noutro momento do debate.
"Há coisas que se dizem em privado"
A saúde foi, de resto, um dos temas a que o candidato mais regressou ao longo da entrevista. Seguro prometeu mesmo que, caso seja eleito presidente, irá escolher uma grande causa para cada ano e que, primeiro ano de presidência, a primeira causa seria "promover o acesso dos portugueses à saúde" e fazer frente ao "labirinto" em que os portugueses se encontram com urgências encerradas.
"Não podemos aceitar que Portugal se transforme num país com pés de barro", afirmou António José Seguro.
Questionado pelo jornalista Vítor Gonçalves sobre se pediria a demissão da ministra da Saúde no momento atual, o candidato afirma: "Há coisas que se dizem em público e há outras que se dizem em privado".
"Devo falar no momento certo, no local certo. (...) A palavra deve ser
usada em público e em privado, mas nunca deixarei nada por dizer",
prometeu ainda.
"Quando o presidente fala, o país deve escutar"
Sobre a magistratura de influência exercida pelo presidente, António José Seguro prometeu ser "um presidente que terá menos intervenção política" por comparação ao atual chefe de Estado.
Ainda sobre uma eventual pressão para demissão de um ministro, não rejeitou qualquer cenário futuro, mas explicou que não pretende "banalizar" a sua palavra enquanto presidente. "Quando o presidente fala, o país deve escutar", acrescentou.
A respeito do tema da imigração, António José Seguro reconheceu que o país "precisa de imigrantes para ajudar ao desenvolvimento da economia", mas que essa imigração deve ser "organizada e controlada".
"Não estarei à direita nem à esquerda, estarei fiel à Constituição", vincou o candidato, alertando para a necessidade dos imigrantes "cumprirem as regras do nosso país" mas também uma maior atenção ao seu acolhimento e integração.
A defesa como oportunidade para as empresas
Questionado sobre se Portugal deve aumentar a despesa com a defesa, António José Seguro devolveu a questão: “Nós precisamos de gastar mais ou precisamos de gastar melhor?”.
O candidato a Belém começou por defender uma “economia de escala” e afirmou que “o dinheiro que vai para a defesa não pode ser visto como uma despesa” mas sim como “uma oportunidade para as nossas empresas”.
“Nós devemos aumentar a autonomia estratégica da Europa, criar um sistema científico europeu e produzir mais tecnologia que tenha aplicação militar e que tenha aplicação na economia: drones, censores, infravermelhos, o próprio vestuário e o calçado”, afirmou.
Questionado sobre se Portugal deve aumentar a despesa com a defesa, António José Seguro devolveu a questão: “Nós precisamos de gastar mais ou precisamos de gastar melhor?”.
O candidato a Belém começou por defender uma “economia de escala” e afirmou que “o dinheiro que vai para a defesa não pode ser visto como uma despesa” mas sim como “uma oportunidade para as nossas empresas”.
“Nós devemos aumentar a autonomia estratégica da Europa, criar um sistema científico europeu e produzir mais tecnologia que tenha aplicação militar e que tenha aplicação na economia: drones, censores, infravermelhos, o próprio vestuário e o calçado”, afirmou.
“Isto pode ser uma oportunidade para as nossas empresas”, sublinhou.
Aumentar a autonomia da defesa da UE
Sobre o aumento do contributo de 5% do PIB em defesa exigido pela NATO e
os EUA, António José Seguro fala num "duplo erro" que obriga Portugal a
elevar os gastos e a continuar dependente da tecnologia
norte-americana.
“Eu considero que Portugal e os países europeus devem continuar a fazer parte da NATO, isso para mim é claro. Mas nós devemos aumentar a nossa autonomia estratégica”, afirmou, argumentando que a autonomia dá possibilidade de agir.
António José Seguro observa que a Europa “está mais a reagir do que agir” e defende que “é crucial” aumentar a competitividade para enfrentar “um mundo que está de um momento para o outro com uma perigosidade que nós nunca imaginámos”.
“Nós temos que fazer com que a Europa continue a ser e possa aumentar a sua competitividade para ser um projeto de esperança e de afirmação de valores humanistas, de valores que defendam o Direito Internacional”, defendeu.
"Chumbo de OE não implica dissolução do Parlamento"
Questionado sobre se repetia as decisões de dissolução do Parlamento do atual presidente da República, António José Seguro disse: “Eu não considero que um chumbo de um orçamento implique a dissolução do Parlamento. Ponto”.
Em segundo lugar, o candidato a Belém rejeitou limitar a sua atuação presidencial com suposições e garantiu guiar-se sempre pelo interesse nacional.
“Eu não vou limitar a minha atuação presidencial com “ses” porque os contextos são completamente diferentes”, declarou. “Eu guiarei sempre a minha ação pela defesa do interesse nacional”, garantiu.
Em segundo lugar, o candidato a Belém rejeitou limitar a sua atuação presidencial com suposições e garantiu guiar-se sempre pelo interesse nacional.
“Eu não vou limitar a minha atuação presidencial com “ses” porque os contextos são completamente diferentes”, declarou. “Eu guiarei sempre a minha ação pela defesa do interesse nacional”, garantiu.
Feliz com eventual desistência de Jorge Pinto
Questionado sobre a disponibilidade de Jorge Pinto em desistir de uma ida à segunda volta em prol de uma candidatura de esquerda, António José Seguro confessou que ficou feliz com as declarações do adversário à RTP, que considerou ser “uma boa notícia”.
“Não acha que é de ficar feliz? Fiquei feliz de ouvir isso”, reagiu.
“É sempre uma boa notícia quando as pessoas consideram que existem outras candidaturas, neste caso a minha, que está em condições de ser vencedora e que defende valores que são valores que são partilhados por outros candidatos”, declarou.
Questionado sobre a disponibilidade de Jorge Pinto em desistir de uma ida à segunda volta em prol de uma candidatura de esquerda, António José Seguro confessou que ficou feliz com as declarações do adversário à RTP, que considerou ser “uma boa notícia”.
“Não acha que é de ficar feliz? Fiquei feliz de ouvir isso”, reagiu.
“É sempre uma boa notícia quando as pessoas consideram que existem outras candidaturas, neste caso a minha, que está em condições de ser vencedora e que defende valores que são valores que são partilhados por outros candidatos”, declarou.
Democracia corre risco com André Ventura
António José Seguro lançou um convite a todos os portugueses para que saiam do sofá nas próximas eleições presidenciais e lutem pela democracia, que considerou estar em risco, nomeadamente com a candidatura da extrema-direita, personificada por André Ventura.
“Eu dirijo um convite a todos os portugueses que são democratas, progressistas e humanistas para que reforcem esta candidatura, para que saiam do sofá e lutem por este chão comum que está com uma camada muito fina que é nossa a democracia, que está com uma camada muito fina e nós precisamos de a robustecer”, declarou.
Questionado sobre a possibilidade de André Ventura passar à segunda volta, garantiu que ele próprio fará “todos os possíveis para passar à segunda volta”. No seu entender, caso os portugueses lhe deem essa confiança estará “em condições para disputar a segunda volta com qualquer candidato”.
António José Seguro lançou um convite a todos os portugueses para que saiam do sofá nas próximas eleições presidenciais e lutem pela democracia, que considerou estar em risco, nomeadamente com a candidatura da extrema-direita, personificada por André Ventura.
“Eu dirijo um convite a todos os portugueses que são democratas, progressistas e humanistas para que reforcem esta candidatura, para que saiam do sofá e lutem por este chão comum que está com uma camada muito fina que é nossa a democracia, que está com uma camada muito fina e nós precisamos de a robustecer”, declarou.
Questionado sobre a possibilidade de André Ventura passar à segunda volta, garantiu que ele próprio fará “todos os possíveis para passar à segunda volta”. No seu entender, caso os portugueses lhe deem essa confiança estará “em condições para disputar a segunda volta com qualquer candidato”.
"O país precisa de um presidente independente"
Questionado sobre a divisão do Partido Socialista no apoio à sua candidatura a Belém, Seguro disse não ter "mágoas" e afirmou que a sua candidatura “nasceu de baixo para cima” e “não nasceu de uma combinata com qualquer partido político”.
Questionado sobre a divisão do Partido Socialista no apoio à sua candidatura a Belém, Seguro disse não ter "mágoas" e afirmou que a sua candidatura “nasceu de baixo para cima” e “não nasceu de uma combinata com qualquer partido político”.
O socialista disse sentir-se honrado pelo apoio do PS à sua candidatura mas sublinhou que a natureza da mesma foi honrada, no dia 15 de junho, quando avançou sozinho e afirmou os seus valores como candidato presidencial. Nomeadamente, os valores da liberdade, da igualdade, da justiça social, do progresso e da criação da riqueza, que considerou fundamental.
“Eu sinto-me honrado por esse apoio, sinto-me honrado”, afirmou. No entanto, considerou que o país precisa de ”um presidente independente, de um presidente agregador, de um presidente exigente e serei esse presidente.
“Eu não serei um presidente que será uma espécie de primeiro-ministro sombra em Belém”, defendeu. "O presidente deve cooperar com o primeiro-ministro que está, goste ou não goste", concluiu.
Seguro quer "unir" Portugal
No final da Grande Entrevista à RTP, António José Seguro manifestou a sua vontade de voltar a "unir Portugal como povo" para conseguir enfrentar as adversidades que o mundo atravessa.
“Eu vim para unir, quando eu digo unir não é só os portugueses de diferentes ideologias, também são os do interior e do litoral, os que trabalham fora de Portugal e os que trabalham dentro, aqueles que têm mais posses e aqueles que têm menos posses”, afirmou.
No final da Grande Entrevista à RTP, António José Seguro manifestou a sua vontade de voltar a "unir Portugal como povo" para conseguir enfrentar as adversidades que o mundo atravessa.
“Eu vim para unir, quando eu digo unir não é só os portugueses de diferentes ideologias, também são os do interior e do litoral, os que trabalham fora de Portugal e os que trabalham dentro, aqueles que têm mais posses e aqueles que têm menos posses”, afirmou.
António José Seguro confessou ter confiança “total” na sua vitória na corrida a Belém. “Sem presunção nenhuma e com toda a humildade, sabe que sou uma pessoa muito humilde, eu acho que depois do dia das eleições o Vítor me vai convidar para vir à RTP como Presidente da República”.